quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Missão de exploração da lua número zero-zero-zero-um...

Um dia diferente. O sol nasceu no mesmo lugar, nada saiu dos trilhos. A vida seguia como sempre. O cotidiano continuava cotidiano. Porém, algo novo aconteceu. Era o capitalismo que engatinhava, o futuro que mostrava-se promissor.

Na sala um silêncio. Até o bebê parou de chorar. Na televisão quadrada imagens em preto-e-branco. Um homem vestido com coloração branca-prata que lembrava o “Prince” e com um aquário na cabeça tornava-se famoso. Ele era o primeiro a dar um passo na lua.

Anos depois o Brasil faz o mesmo trajeto. A equipe em terra tenta entrar em contato com os astronautas:

-Alguém tem o número do celular deles?

-Não, senhor. E mesmo se tivéssemos as operadoras não dão sinal aqui. Imagine no espaço.

O chamado vem do outro lado da sala:

-Comandante! Estou recebendo uma chamada da nave da expedição.

-Receba e coloque nos auto-falantes.

O jovem digitou uns códigos no computador e logo todos ouviam em bom timbre uma música bem popular. Após a melodia uma voz feminina dizia: “Chamada a cobrar. Para aceitá-la continue na linha após a identificação”:

-Expedição de número zero-zero-zero-um, estão na escuta?

Silêncio apreensivo. Já estavam a um bom tempo sem comunicação. Temiam o pior:

-Aqui é o Marquinhos. Líder da expedição de exploração da lua número zero-zero-zero-um. Tivemos alguns problemas no pouso e por isso ficamos sem comunicação. Mas já iniciamos os reparos.

A equipe de controle comemora os progressos:

-Marquinhos, aqui é o comandante. Pode me ouvir?

-Sim senhor. Auto e claro.

-Tenho algumas perguntas de ângulo científico. Antes de começar quero saber se está pisando agora na lua.

-Positivo, senhor. Estou com meus pés no solo luístico.

-Ok. Responda-me então a primeira pergunta. A lua é de queijo ou só parece?

-Parece mais com areia, senhor.

-Tem gosto de queijo?

-Não sei, senhor.

-Experimente então.

-Não posso, senhor. Estou de capacete.

-Ok. Traga então uma amostra para pesquisas. Segunda pergunta: Ao seu redor tem alguma dieta?

-Não, senhor.

-Droga.-Por que, senhor?

-É que a dieta da minha mulher foi para o espaço e eu pensei que a gravidade da lua tinha puxado.

-Bem, senhor. A gravidade daqui é bem menor que a da terra.

-Isso quer dizer que na lua se um repórter quisesse acertar um sapato no Bush ele iria esquivar de novo?

-Hãmm... Acho que sim senhor.

-E se um gordinho fosse a lua ele daria um mortal ou uma cambalhota com facilidade?

-Provavelmente, senhor.

-Então é impossível dançar a “velocidade cinco do créu” no espaço?

-Heim? Acho que não entendi a pergunta.

O jovem interrompe a conversa construtiva:

-Comandante. O sistema de vídeo já foi reparado. Estou recebendo imagens em tempo real do espaço.

-Ponha no telão.

No monitor todos viam Marquinhos colocando a bandeira brasileira no solo estrangeiro. Momento histórico. Após isso levantou a camisa externa. Na roupa interna uma mensagem: “Mãe, te amo”:

-Atenção, Marquinhos. O objetivo foi alcançado. Estou dando autorização para a expedição de exploração a lua número zero-zero-zero-um de retorno.

-Ok, senhor. Vamos apenas terminar os reparos.

-Há mais alguma coisa que eu possa fazer por vocês?

-Tem sim, senhor. Será que pode fazer umas ligações pra mim?

-Claro que sim. Diga.

-Bem. Primeiro preciso que ligue para a Nasa e peça um guincho que a coisa aqui está preta. Depois você liga pra minha mãe e diz que eu vou chegar tarde hoje e se ela sair deixar a chave na casa da Maria. E, por último, ligar para o tele-pizza e pedir na conta do Antônio que está com a gente na expedição. Só isso mesmo. Obrigado, viu?

Nenhum comentário: