segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

O primeiro vexa de 2010...

Após um certo recesso literário voltei a escrever. Puts, eu não escrevo nada desde o final do ano passado (correm-se anos e essas piadas insanas continuam). Ano novo, tudo novo de novo. Como já está virando tradição fui para a Esplanada. Lá aconteceram anormalidades (como sempre) na qual relato nesse texto.

Para que todos entendam o cenário em que eu estava citarei alguns pontos importantes:

1°: Choveu o dia todo e a cavalaria foi convocada. Tinha cocô pra todo lado.

2°: Por motivos climáticos muita gente desistiu de ir sujar os pés na grama da Esplanada e tomar um banho de chuva.

3°: Ao invés de faixas dos fãs, os cantores só viam guarda-chuvas...

Não sei como meu primo consegue, mas ele me deu um bolo já nos primeiros segundos 2010. Lá estava eu na frente do palco ouvindo "Você não vale nada mais eu gosto de você" (Música que virou tema do meu filme familiar). Minha cunhadinha me ligou e arrumei companhia pra festa. Agora eram quatro mulheres e eu (minha mãe ficaria orgulhosa).

Observei as pessoas a nossa frente. Um casal se beijava. Notei que os dois usavam roupas masculinas:

-Dani. É impressão minha ou esses dois aqui se agarrando são dois homens?

Ela averiguou:

-Não... São duas mulheres.

-Aé. Tem razão...

Foi aí que aconteceu a primeira coisa mais sinistra da noite. Uma galera começou a correr e a gente foi no embalo. Foram questões de segundos. Coisa de Bruxa de Blair. Quando chegamos a uma boa distância eu falei sem fôlego:

-Do que estamos correndo mesmo?

-Sei lá. E prefiro não saber.

-É. Faz sentido.

Demos a volta e nos infiltramos pelo lado direito do palco. Agora era a vez dos filhos do Francisco e o meu irmão já nos acompanhava. Zezé de Camargo e Luciano deram um show, os caras são massa. Eles têm até um filme (Se bem que o Lula também tem, lembrei do que a Dani disse).

Foi nesse momento insano que aconteceu a segunda coisa mais sinistra daqueles últimos momentos de 2009. Fui acoxambrado por um policial baixinho (No sentido de "acoxambrar" mesmo pois, pra minha sorte, ele quase não alcançou nem meu joelho). Ele passou e ficou me olhando com uma cara de “Saraiva” da Cia Melhores do Mundo. Insano até demais.

Faltava apenas alguns minutos para 2010. Olhei pro céu:

-E então, Dani... Onde está a esquadrilha da fumaça?

-Arisson, acho que você está no feriado errado. Hoje é só fogos de artifício.

Começaram as explosões controladas. Cinco minutos passaram. Apoiei a mão abaixo do queixo para agüentar mais um tempo. Seis minutos. Girei o pescoço para acalmar a câimbra e naveguei meu olhar pelo mar de pessoas. Várias filmavam e pensei em fazer o mesmo, assim no ano seguinte só assistiria o vídeo no celular. Todo mundo em 2011 olhando pra cima e eu olhando pra baixo. Seria legal.

Fomos matar quem estava nos matando desde 2009: A fome. Em um quiosque conferimos o preço. O cachorro-quente era três reais. Ao darmos as costas a dona do estabelecimento móvel baixou para dois. Escolhemos uma mesa e nos servimos:

-Quanto está o refrigerante de dois litros?

-Cinco.

-Cinco???

-Isso.

Quem chora não mama:

-Mas pode ser quatro e cinqüenta né?

-Não.

-Pô, tia. É ano novo. Dá um desconto.

A mulher fez uma cara de choro:

-Eu já comprei ela a três e setenta e cinco. Mais o gelo e a gasolina. Eu gasto muito.

Ela falou e falou. Quando terminou nós estávamos com lágrimas nos olhos. A história nos comoveu. Eu não tinha mais argumentos. Pagamos os cinco.

Nosso carro estava esperando ao lado: Na rodoferroviária. O destino era Gama Leste. Eu e meu irmão dormimos na casa da namorada dele, para garantir que chegariam em segurança na sua morada. Eu, meu irmão, a Dani, a cunhadinha e a irmã dela e mais uma amiga em um ônibus. Todo mundo foi dormir lá. Comecei o ano bem, fomos sentados. Queira ou não desde o inicio do ano até agora aconteceu muita coisa. Depois disso tudo é outra história.

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