domingo, 20 de junho de 2010

Casulo...

Desci do ônibus e olhei pro telefone. Meio-dia e dez. O próximo passo era ligar para alguém da minha família ir me buscar na parada, mas algo estava me inquietando. Um espírito jovem me sussurava, me dava uma idéia. A decisão foi tomada e o primeiro passo levantou poeira. Tirei a camisa do flamengo que vestia e pendurei na alça da mochila. Meu All Star batia na barra da calça jeans e fazia um som exclusivo. A estrada de tijolos amarelos se concretizava naquele acostamento. Os carros passavam, mas não chamavam a minha atenção. Meus ouvidos só seguiam uma melodia: A música no meu celular.

Algumas pessoas podem me julgar um maluco, mas quem nunca quis ter uma hora e meia de liberdade. O estresse tinha me abalado no dia anterior. Era a hora de desligar e reiniciar como uma máquina. Comecei a cantar em voz alta. Ninguém me interrompia. Eram só eu, o celular e o vazio...

Subia morros e os descia como se não existissem. Lá, no alto, apreciava a visão e respirava fundo. Um som rápido interrompeu a minha música favorita do Paulinho Moska: A bateria estava acabando. Fingi não notar e prossegui. Mais três canções e o celular desligou. Me senti triste por uns segundos. Foi aí que percebi um som que a tempo não ouvia. Fechei os olhos. Era ele, meu velho amigo silêncio, que me envolvia e relaxava a mente. Abri os olhos e encontrei novamente aquela paisagem. Estava novo, mesmo sendo o antigo Arisson quem estava lá no meio do nada. Reiniciei, a máquina agora funcionava perfeitamente. Não era um novo eu e sim um retorno. Continuei minha caminhada sem a música, mas feliz. Estava pronto pra encarar a vida novamente.



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