O cenário ficou sombrio sem alerta antecipado:
- O que houve?
- A luz acabou!
Se houvesse algum tipo de iluminação, ela veria a cara de tédio do marido, que quase soltou uma frase irônica como resposta:
- Isso eu já sei, mulher! Quero saber o porquê.
Ela não respondeu. O homem se levantou da cama e tateou a parede até encontrar o interruptor, que obviamente não funcionou:
- O que você está fazendo? - Perguntou a mulher.
Foi a vez do marido ficar em silêncio. Seu instinto o fez agir sem pensar:
- Amor?
- Que foi, mulher?
- Tudo bem?
- Vou acender uma vela. Está muito escuro. Liga a TV para iluminar aqui.
Ele ouviu apenas um som que lembrava o Mutley, dos desenhos animados, sorrindo ou um velho tossindo:
- Tá rindo do quê?
- De nada, amor! Nada! É que não tem energia elétrica, lembra?
- Ah, sim! Esqueci. Vem me ajudar.
Ela foi ajudar o marido e repetiu o trajeto até o interruptor, tentando acender a luz da lâmpada:
- O que você está fazendo, mulher?
- Nada! Estou indo te ajudar.
Com dificuldade, acenderam a vela e fixaram-a em uma xícara. Com o quarto iluminado, deitaram na cama e se beijaram. Após isso, ele pegou o controle e tentou ligar a TV.
A risadinha do Mutley agora era totalmente visível.
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