- Eu fui assaltado! - Disse o rapaz enquanto retomava o fôlego.
- Quando?
- Agorinha!
- Aqui perto?
- Não! Descendo essa rua.
- Nossa! E o que levaram?
- Todo o meu salário.
- E como era o suspeito?
- Ele era baixo, careca e estava de terno.
Apesar da afirmação incoerente, o policial não reagiu com espanto:
- Já sei quem é. Ele é de uma gangue aqui da região. Nem o "Japonês da Federal" conseguiu pegá-lo. É pior que assaltante de menor. Não fica preso nem um dia. Tinha alguma testemunha do crime?
- Não vi.
- Alguma escuta, gravação vazada ou dossiê?
- Não que eu saiba. Só lembro que ele levou o meu salário dizendo que era um novo imposto. Não deu tempo nem de reagir.
O policial ficou calado meditando as informações. Após uma análise completa da situação, orientou o rapaz não passar perto do Congresso Nacional:
- Evite essa rota perigosa. Quando tiver que passar por lá, dê a volta, passando pela frente da boca do Zé Pindaíba, no Teatro Nacional. Ou então ande mais uns quilômetros e passe pela Papuda. É bem mais seguro.
O jovem agradeceu e saiu ainda abalado. Como estava com medo de ser assaltado novamente por um político, decidiu ir acompanhado do Zé Pindaiba até perto de casa.
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