quarta-feira, 12 de julho de 2017

Uma noite, há quatro anos...

Sentei na frente do computador e pensei: por onde começar?

Acho que o clima nostálgico me envolveu e as lembranças me fortaleceram. Algumas datas vieram a tona, tornando-me sujeito a revivê-las. 

Primeiro, 21 de junho de 2013. Foi o dia que lancei o livro No Vermelho, na Fnac Brasília. Como não sentir  de novo a adrenalina momentos antes do evento, enquanto aguardava no camarim. Lembro-me de perguntar para o técnico de som:

- E aí? Já chegou alguém?

Ele olhou pela porta e respondeu com seriedade:

- Tem duas mesas ocupadas.

O meu sorriso se desfez. Será que o evento ficaria vazio? Minha família paterna já tinha alertado que não conseguiriam chegar por conta de uma manifestação. Fecharam a rodovia que dava acesso ao shopping e o trânsito estava assustador. Imaginei meu pai falando para o manifestante: "Preciso passar para ir ao lançamento do No Vermelho". Possivelmente, a resposta seria: "Coxinha". Enfim, era melhor não arriscar sair de casa:

- Ainda é cedo para dizer. Falta uma hora para o evento - Alertou o técnico, me incentivando a averiguar a afirmação.

Olhei no celular. Ele estava certo. Faltava cinquenta minutos para o início do lançamento. Duas mesas? Isso já era surreal. Vinte minutos depois, ouvi conversas e comentários. Era a platéia aumentando. Logo, chegou o grande momento.

Começou com um vídeo e um longo silêncio do público, mas logo na primeira cena, vieram as gargalhadas. Coloquei as luvas de boxe e me preparei para entrar ao som da trilha do Rocky Balboa. Ao sair do camarim e dar de cara com tantas pessoas, não sei dizer o que senti. Foi como uma descarga de energia positiva. 

Após o discurso, foi a hora de deixar a dedicatória e tirar fotos. Após atender o segundo leitor, tive uma grande surpresa com a fala do técnico, que novamente falou com seriedade:

- Acho melhor você autografar mais rápido, pois a fila está gigantesca.

Acelerei as dedicatórias sem deixar a desejar. Foi uma noite inesquecível e surreal. No fim do evento, que teve transmissão ao vivo pela internet, olhei para a equipe que abrilhantou a noite e sorri. Missão cumprida, caros amigos. Missão cumprida!

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