segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Mudanças são sempre mudanças...

Tirei a mochila das costas e joguei pro lado. Sentei na cama e senti uma dor nas costas, resultado de uma mudança residencial e onze horas seguidas de trabalho. Deitei, mas não dormi. Queria apenas relaxar os músculos e encarar o resto da batalha. Ainda de olhos abertos refleti sobre o recente final de semana. Aquele teto era diferente. Aquele cenário era de outro ato. Nova casa, novos pensamentos. Ao tentar retornar a posição anterior lembrei da dificuldade que foi levantar para ir à faculdade.

As palavras da gerente do meu trabalho atormentavam. "Reavalie o que é importante para você". A vontade que eu tinha era de jogar tudo pro ar e desistir do fardo. Era legal ser o Arisson O grande. Um cara sem medos e ousado. Lembrei também de momentos no estúdio de rádio da faculdade. Aquele cara inseguro, tenso e cheio de fraquezas. Não. Não queria mais ser o Tavares. Como se o Peter Parker quisesse ser só o homem-aranha daquele momento em diante.

Reavaliar. O que realmente era importante pra mim? Estava destruído por causa da faculdade. Por que continuar? Dava pra fazer um monte de coisa com o dinheiro. O óbto de um homem acabado e desestimulado. Sem amores. Estava cedendo, desistindo.

O que Arisson O grande faria nessa situação? Talvez sorrisse. Sua imunidade não deixaria transparecer o cansaço. Estiquei-me e apanhei um papel no chão. Um rascunho mostrou o que me diferenciava dos outros. Afinal os super-heróis e suas identidades secretas não são a mesma pessoa? Arisson O grande não é ninguém além de um jovem que encontro na foto da minha identidade. Abri uma das caixas abandonadas desde a mudança e segurei uma apostila. Era um original. Lembrei da luta, lembrei o porquê da luta. Reavaliar.

Estou vivendo uma experiência totalmente diferente do que apreciei há três anos. Amadureci. A evolução decrescente não estacionou, pelo contrário, permanece vigente. Era hora de escrever. Reavaliar. Reavaliar de novo. Construir. Publicar pensamentos novos. Afinal é isso que sou: Arisson O grande, o fraco, o imune.

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