quarta-feira, 25 de abril de 2012

Reforma-agrária na música brasileira...

Tenho acompanhado pouco a programação televisiva e cultural por conta da correria universitária, mas uma coisa percebi sem dificuldade: o cantor Emicida está no auge de sua carreira colaborativa. Requisitado por cantores populares, o rapper tem aparecido em tudo quanto é gênero de música. Seja MPB, samba, reggae ou rock brasileiro em 3D... O negócio é participar...

Por que estou postando um texto sobre esse grande artista? Digamos que ele tenha a loucura que transborda de minha alma insana, assim como o próprio cantor definiu em uma conotação de sigla para o nome: E.M.I.C.I.D.A (Enquanto Minha Imaginação Compor Insanidades Domino a Arte). O Zeca Baleiro fez um CD com participação de outros músicos e não chamou o rapper. Segundo ele, o Emicida está sendo muito cogitado para participações (o que eu concordo) e chamou o Charlie Brown Jr. Daí aparece uma popularidade avulsa. Não é desvalorizando o trabalho impressionante que o artista produz, mas peça para alguém cantar uma música que seja apenas dele e sentirá o silêncio da insegurança:

-Tem aquela do presente lá... "Seu presente eu sou"...

-Essa é do Skank.

-Aé. Tem razão... Tem aquela da reza. Também é legal.

-A do NxZero?

-Tá ok! Deixa pra lá!

Quando recebeu dois prêmios na noite do Video Music Brasil 2011 o rapper comentou: "Estamos promovendo uma reforma-agrária na música brasileira". Isso foi muito filosófico para mim. Fiquei imaginando uma redistribuição por igual dos talentos divinos, no fim da desigualdade. Pegariam uma banda colorida como o Restart e uma banda gótica e redistribuiriam as cores. Pegariam cantores de MPB e redistribuiriam o dom poético por igual com os funkeiros... Emicida, eu incentivo a cultura, vai. Continua a reforma e espero que não demore como as antigas obras do GDF...

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