A carta virou uma cartada. Após ler a carta do vice-presidente Michel Temer ao gabinete de Dilma Rousseff, senti um espírito de desabafo. Quem nunca foi desprezado pela presidente, que atire a primeira pedra. Desde então, tenho me expressado por meio de correspondências para expor minhas insatisfações. Tratam-se de mensagens pessoais, que eu devia ter escrito há muito tempo.
O primeiro alvo foi o Congresso Nacional:
Ilustríssimos Senhores políticos!
Nesses últimos anos, tenho me sentido um "eleitor-decorativo", mero acessório, secundário e subsidiário do sistema de corrupção brasileiro.
Lamento, mas essa é minha convicção.
Após o aquecimento, veio a vez de enviar uma mensagem para um ilustre visitante natalino:
Ilmo Sr. Papai Noel!
Depois que assumi o cargo de adulto, tenho me sentido um "presenteado-decorativo", mero acessório, secundário e subsidiário do comércio e da publicidade.
Lamento, mas essa é minha convicção.
Enviei também uma carta-desabafo para uma das principais emissoras de televisão do país:
Prezados Senhores!
Tenho me sentido um "telespectador-decorativo", mero acessório, secundário e subsidiário quando ligo a televisão no domingo, já que não tenho assinatura de canal a cabo. Jamais fui chamado para discutir se quero o Especial do Roberto Carlos ou assistir o filme Esqueceram de Mim na Sessão da Tarde.
Lamento, mas essa é minha convicção.
Ainda não recebi resposta das cartas que enviei, mas me senti mais leve após o desabafo. Afinal, Verba volant, scripta manent (As palavras voam, os escritos se mantêm)...
Nenhum comentário:
Postar um comentário