quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

The WhatsApping Dead...


Assumo que sou daquele tipo de usuário moderado do aplicativo WhatsApp. Dificilmente olho o celular no trabalho ou em momentos impertinentes. Porém, a sensação de abstinência consumiu minha mente e peguei o aparelho cerca de vinte vezes por hora. Estava ansioso como um fumante ao ver uma placa proibido fumar.

São apenas 48 horas. Concentre-se! Respira fundo... Puxa o ar pelo nariz e solte pela boca... Isso! Agora vamos às orientações. Primeiramente: NÃO ENTRE EM PÂNICOOOO! Putz! Perdão! Não consegui controlar meu nervozismo e precisei utilizar letras maiúsculas para expor esse sentimento de desertificação da mente. Vamos tentar novamente...

- Olá! Meu nome é Arisson!

- Oi, Arisson! - Responderam a uma só voz.

- Eu sou viciado em comunicação e estou há 12 horas sem usar o WhatsApp. 

Todos aplaudiram para motivar-me. Isso me deixou bem mais a vontade:

- Eu comecei com o convite de amigos. No início eu neguei, mas era a onda do momento. Acabei usando a primeira vez e desde então sou dependente. Foi difícil ficar sem acessar o aplicativo por tanto tempo. Nas primeiras horas recebi trocentos SMS de publicidade da minha operadora e peguei desesperado o celular. A insatisfação era extrema.

A velhinha que estava na primeira fileira concordou balançando a cabeça. Certamente, ela também recebeu mensagens de promoção durante a manhã:

- Enfim, ficar sem WhatsApp não foi tão ruim. Aproveitei para curtir mais os meus parentes. Foi triste não poder compartilhar as fotos no grupo da família, mas tudo bem. Descobri que é possível viver sem esse aplicativo. Adorei o tempo livre. Acho que todos mereciam experimentar esse sentimento de liberdade. Depois disso, ele se torna algo supérfluo. Nem sinto mais aquele desejo de mexer. 

Ninguém aplaudiu. Percebi que a senhora da primeira fileira estava olhando para a tela do celular dela:

- O WhatsApp voltou? - Exclamei - Caramba! Quem é o administrador do grupo dos anônimos? Alguém me adiciona aí!

Cancelei a consulta com o psicólogo. O problema já estava resolvido...

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Um comentário:

jhonathan disse...

RSRSRSrs!
Massa Arisson!
Gostei da alegoria e da terrível abstinência da persongem.