- Pela gravidade do seu ato, vai ficar duas semanas de castigo - disse a mãe com firmeza.
O filho apenas levantou a cabeça e fez cara de choro:
- Duas semanas? - Resmungou o menino.
- Isso mesmo! Duas semanas!
- Ah não, mãe! Quê isso!
- Se reclamar, serão três semanas.
Ele ficou calado. Olhou para o pai, que permanecia de braços cruzados e transpirando fúria. Pensou bem antes de argumentar, afinal, era a própria liberdade que estava em jogo:
- Quero meus benefícios.
- Benefícios? - Exclamou a mãe tentando manter a calma - Que benefícios? Você está de castigo, meu filho! Não existem benefícios!
- Estar de castigo não me impede de ter benefícios, mamãe. Quero uma nova análise do meu caso, que nem acontece na Câmara. A Dilma mesmo teve seus benefícios aceitos, mesmo com o processo de impeachment. Até o Eduardo Cunha recorreu a uma nova votação. Enfim, também tenho direito.
A mãe parou e pensou por alguns segundos. Analisou novamente o caso e emitiu a resposta:
- Tem razão! Agora são três semanas.
- Mas mãe... E o Cunha?
- Se o Cunha fosse meu filho, seriam quatro semanas.
- E os meus direitos?
- O que acha de cinco semanas?
- Ah não, mãe! Deixa pra lá! Não sabe nem negociar - Disse o filho enquanto saia da sala desanimado com o sistema de justiça brasileiro.
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