Diz a lenda que quando ele nasceu chorou de fome e mordeu o dedo do médico. A mãe se assustou:
-"Valame Deus". Eu sofri a dor do parto e é o médico quem grita.
Seu nome era José Crediosvaldo da Silva, mais conhecido como "Cê", apelido dado pela mãe, que é a redução morfológica da palavra "você".
Ninguém até hoje conseguiu explicar como ele sobreviveu à desnutrição. Dizem que é porque ingeriu água do córrego e seu código genético foi alterado.
Um dia decidiu estudar para ser alguém na vida. Leu duas palavras no dicionário e foi dormir, estava sobrecarregado de informações e tinha medo de ter uma overdose.
Quando completou 18 anos foi procurar emprego na cidade grande e um assaltante o rendeu. Cê contou sua triste história e o ladrão chorou. Na despedida o homem deu dez reais para o Cê. O assaltante se converteu e lançou um CD evangélico o mês passado com músicas sobre desigualdade social.
Crediosvaldo não conseguiu um trabalho. Foi preso por invadir uma loja e quebrar uma televisão. Ele explicou que um homem dentro daquela caixa queria matá-lo, mas não deu certo. Ninguém acreditou.
Cê ficou feliz por 30 anos. Comia de graça, tinha atividades de lazer, amigos e inimigos. Mas chegou o dia de dizer adeus para aquela luxuosidade. Virou mendigo. Já estava velho, banguelo e barbudo. Apareceu até na TV... Pena que não deu ibope.
Enfim arrumou um emprego. Trabalhava das 6 às 18 horas e ganhava um salário mínimo em troca.
José Crediosvaldo da Silva pegou um pedaço de pau, entrou numa loja e quebrou sete televisões.
*** Gostou? Veja então a segunda crônica sobre José Crediosvaldo da Silva no link:
2 comentários:
Gostei da crônica,,,,,,,bem escrita,,,o Cê com certeza tinha razão ao quebrar sete televisões...bjusssss......
Coitado vei devia tah sendo perseguido pelo horario politico kkkk nao sei como nao quebrou a loja toda hehehehe
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