terça-feira, 6 de abril de 2010

O homem de plástico...

O brilho no seu rosto provava sua característica incomum: A ausência de vida naquele corpo. Seu coração pulsava, reação humana, mas não por execução da natureza. Uma estrutura detalhada resultado de anos de calculos.

Mas nem seus criadores conseguiriam compreender o sentimento de vazio que expandiu no interior daquele ser inorgânico. Não sentia dor, nem sequer tristeza. Era um sentimento diferente e involuntário. Faltava-lhe algo. Como se não encontrasse em si uma personalidade.

Buscava uma lógica para aquele rosto molhado. Ele empurrou seu cabelo na direção da orelha. Ela o encarou como se buscasse vida naqueles humanos. Ele fez um contorno com a ponta do dedo naquele olhar inchado, capturando resíduos de lágrimas. A menina continuava a observá-lo, os dois registravam descobertas. Ele observou no chão aquele corpo inerte e se comparou a incapacidade daquele ser.

A criança o abraçou com força e se desfez em lágrimas. Ele permanecia limitado a ser envolvido. Não é preciso ser humano para sentir apego, sentir a ausência. Pela primeira vez aquele homem de plástico se sentiu vivo. Sentia o sangue passar mais depressa. Não era seu coração que pulsava e sim o da menina.

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